Em um veículo existem diversos sistemas mecânicos que funcionam simultaneamente e que são responsáveis pelo bom funcionamento do motor. Considerada uma das principais peças dos carros manuais e automatizados, a embreagem tem como função a sincronização e a troca das marchas, e a absorção das vibrações do motor para não danificar a caixa de câmbio.
A Valeo é uma empresa com mais de 98 anos de mercado, e detém a mais completa entrega de peças para sistemas de transmissão, com sua abrangência de mercado acima de 90% com aplicações de linha leve e grande oferta na linha comercial de Vans e pesados com caminhões e ônibus.
Mas afinal, o que é um kit de embreagem?
A embreagem é um dispositivo que fica entre o motor e a caixa de câmbio, responsável por levar a força produzida dentro do motor para a caixa de câmbio e, de lá, para as rodas. Basicamente, a embreagem é um instrumento que acopla e desacopla o motor do câmbio.
O equipamento também filtra as vibrações do motor e reduz os ruídos e desgastes dos componentes de transmissão. Três partes compõem o sistema: O rolamento da embreagem, o platô (formado pela carcaça, pela placa de pressão e pela mola membrana) e o disco de embreagem.
FUNCIONAMENTO: Ao pisar no pedal de embreagem ocorre o fenômeno de liberação do disco dentro da caixa de câmbio. Que é quando o disco de embreagem desacopla da placa de pressão e do volante do motor, interrompendo assim a transmissão de torque entre o motor e a caixa de câmbio, permitindo assim o livre engate das marchas.
A embreagem Valeo é oferecida na forma de Kit. O Kit pode ser 2 Peças (Platô/Disco), 3 Peças (Platô/Disco/Rolamento) e 4 Peças (Platô/Disco/Rolamento/Volante do motor.
Após conhecermos o que é um kit de embreagem e seu funcionamento, entenderemos quais são seus componentes.
PLATÔ DE EMBREAGEM:
O platô de embreagem é o componente que é fixado ao volante pressionando o disco. É por meio do platô que se interrompe a transmissão do torque do motor para possibilitar o engate das marchas e, depois, restabelecer a transmissão de torque pressionando o disco contra o volante do motor. Existem dois tipos de platô, de empurrar e de puxar.
PLATÔ DE EMPURRAR:
Pisando no pedal o Rolamento empurra a Mola Membrana, esse é o sistema mais utilizado para veículos de linha leve.
PLATÔ DE PUXAR:
Pisando no pedal, o rolamento puxa a mola membrana através do anel de debreagem.
O Platô de puxar oferece uma maior carga de placa e uma menor carga de debreagem em função da maior relação de alavanca.
Esse sistema é mais utilizado para veículos utilitários.
DISCO DE EMBREAGEM:
O disco é um componente localizado entre o volante do motor e o platô. É por meio dele que se consegue transmitir o torque do motor à caixa de câmbio por atrito. O disco também tem como função amortecer, absorver e filtrar as oscilações do motor e proporcionar saídas mais suaves do veículo, sem solavancos. Cada versão de disco de embreagem leva em conta o torque, o nível de oscilações de motor e a aplicação do veículo.
ROLAMENTO DE EMBREAGEM:
Montado no guia da caixa de câmbio, atua empurrando ou puxando a mola membrana do platô.
Sua função é promover o curso da embreagem o suficiente para liberar o disco de embreagem sem danificar a mola membrana. Ao pisar no pedal de embreagem, o esforço é passado ao rolamento que empurra ou puxa a mola membrana, dependendo do tipo de platô. A Valeo oferece rolamentos avulsos e incorporados ao kit de embreagem, isso para o sistema mecânico. Para o sistema hidráulico, existe um atuador de embreagem que faz a função do rolamento. Trata-se de um componente hidráulico que possui um rolamento integrado à sua função.
REVESTIMENTO DO DISCO:
Também conhecido como guarnição ou lona ou material de fricção/atrito, é o componente responsável por gerar o atrito para a transmissão do torque. É o principal componente do disco. Trata-se de um aglomerado formado por fibras, metais, borracha e aglutinantes, que, em forma de fios ou fitas trançados ou tramados, formam um disco. Esse disco é passado num forno para obter consistência e firmeza, e depois é estampado do diâmetro especificado e furado. A Valeo é expert na tecnologia do material de atrito e as Montadoras exigem que outros Fabricantes usem o Revestimento Valeo para homologarem seus produtos. Atualmente, o Revestimento é livre de Asbesto (antigo amianto), Chumbo e Solventes Orgânicos, utilizados nas primeiras gerações de materiais de fricção.
CURIOSIDADES
QUAL A DURABILIDADE DE UM KIT DE EMBREAGEM?
A durabilidade de um kit de embreagem depende de diversos fatores, como a condição da via, modo de condução e se o uso é severo (urbano) ou não.
De maneira geral um kit de embreagem pode durar em média de 60 mil até 80 mil quilômetros rodados.
E o valor para realizar essa manutenção é a partir de 350 reais de mão de obra. Além das peças que podem variar entre 300 a 1.000 reais em veículos
de linha leve, levando em consideração estes componentes: platô e disco, rolamentos, e sistema de acionamento.
Situações a serem evitadas para preservar a vida útil da embreagem do seu veículo:
Quando você sai com o carro em qualquer marcha, EXCETO A PRIMEIRA...
Se você tiver muita sorte, um cheiro característico de “lona queimada” surgirá imediatamente. Isso significa que alguma coisa está errada. Se insistir em engatar marchas mais altas e tentar sair novamente, não se surpreenda se ouvir “soluços”: é a sua embreagem chorando. USE SEMPRE A PRIMEIRA PARA PARTIR COM O VEÍCULO.
Quando você solta o pedal da embreagem bruscamente assim que o carro começar a se mover...
Você tem o poder de controlar o movimento do pedal da embreagem, e evitar soltá-lo de uma vez. Mas, se você abrir mão desse controle, a embreagem sofrerá um tranco muito forte, e o veículo poderá trepidar. PROCURE TIRAR O PÉ DA EMBREAGEM GRADATIVAMENTE.
Quando você muda a marcha com o veículo em movimento, e pressiona o pedal muito devagar, o segura por um longo tempo e o solta vagarosamente...
Dessa forma, você provoca uma patinação “sem querer” da embreagem, o que levará ao desgaste prematuro dos componentes. PROCURE PISAR E SOLTAR O PEDAL DE EMBREAGEM DE MANEIRA PROGRESSIVA GRADATIVA.
Quando ao frear, você costuma pisar na embreagem também...
É quase instintivo. O problema é que, na maioria das vezes, nós não pisamos até o final, e o pior, continuamos com o pé na embreagem. Isso também causa a patinação, e o desgaste prematuro dos componentes da embreagem continua... PISE NA EMBREAGEM APENAS QUANDO FOR O MOMENTO DE TROCAR DE MARCHAS OU DEIXAR EM PONTO MORTO.
Quando você descansa o pé na embreagem enquanto está dirigindo...
A prática de colocar o pé sobre o pedal da embreagem, BEM COMUM, já deixa a embreagem “um pouco” acionada. E isso leva ao desgaste muito rápido dos componentes porque faz a embreagem patinar, sem você perceber. Os fabricantes de embreagem agradecem. NÃO DESCANSE O PÉ SOBRE O PEDAL DA EMBREAGEM.
Quando preso na lama, atolado, você continua girando as rodas o maior tempo possível...
Eu sei que você quer sair do atoleiro. Mas, seja na marcha que for, se o carro não sai do lugar, mesmo você acelerando tudo que pode, melhor parar. A sua embreagem vai ter danos irreversíveis. ACELERAR DEMAIS NUM ATOLEIRO DESTRÓI A EMBREAGEM.
Quando você usa a embreagem como freio de mão numa subida...
Esta prática, conhecida como “fazer top”, demonstra certa habilidade do motorista e também a preguiça de usar o freio de mão (operação segura). Segurar o veículo numa subida usando a embreagem, mesmo por um curto período, vai causar uma patinação abusiva e tão intensa, que pode reduzir a durabilidade pela metade. A EMBREAGEM NÃO É FREIO DE MÃO.
Quando você deixa a marcha em “ponto morto” em descidas...
... e depois engata a marcha no final da ladeira abaixo? Isso não apenas ajuda a se livrar da embreagem antiga, mas também COLOCA EM RISCO TODOS OS USUÁRIOS DA ESTRADA OU DA VIA. Um descuido na seleção da marcha, que seja incompatível com a velocidade a qual o veículo se encontra, pode quebrar a embreagem e danificar o motor e também o câmbio. JAMAIS DESENGATE O VEÍCULO EM DESCIDAS.
Quando você esquece o freio de mão puxado...
Ao sair com o veículo , o motor, a transmissão, os freios e a embreagem experimentam uma carga para a qual não foram projetados quando as rodas do carro estão travadas. Você acelera o carro, e a embreagem sofre, patina, sofre, patina, sofre... Ah! Isso vale para os veículos com câmbios automatizados também. VERIFIQUE O FREIO DE MÃO ANTES DE SAIR COM O VEÍCULO.
Quando você está com o veículo com muita carga, ou puxa um trailer, ou socorre um outro veículo...
Tempos prolongados sob uma destas condições, ou o uso frequente de até um trailer automotivo, diminui bastante a expectativa de vida da embreagem. Exige mais esforço da embreagem para iniciar o movimento do carro. E, se você tiver muitas ladeiras pelo caminho, vai forçar muito a embreagem. ATENÇÃO PARA OS LIMITES DE CARGA DO SEU VEÍCULO.
Quando você é um “piloto” que engata as marchas sem pisar na embreagem...
Também conhecida como “passar a marcha no tempo”, proporciona uma excelente redução da vida útil da embreagem. É possível? Sim. Mas você precisa pisar muito no acelerador, e no momento que a embreagem acopla, há uma patinação excessiva, pouco perceptível, mas que derruba a vida útil da embreagem. USE SEMPRE A EMBREAGEM PARA MUDANÇA DAS MARCHAS.
Quando você usa uma marcha incompatível com a velocidade do veículo...
É manter o veículo numa velocidade baixa em marchas que “pedem” mais velocidade, ou ainda, não trocar a marcha quando o veículo está “implorando” para que você selecione uma marcha mais alta (maior aceleração), e ainda, muito comum, tentar subir uma ladeira sem reduzir, mesmo com o veículo perdendo velocidade. SELECIONE AS MARCHAS “SENTINDO” A ACELERAÇÃO DO CARRO.
Manutenções Preventivas
Itens que seu mecânico deve se atentar ao fazer uma manutenção preventiva!
Podemos dizer que o Sistema de Embreagem vai do volante do motor até o pedal da embreagem, passando pelo kit de embreagem, eixo piloto do câmbio e pelo sistema de acionamento.
Fazer simplesmente uma troca do kit de embreagem – platô /disco / rolamento, sem analisar todos os elementos do sistema de embreagem, é correr um risco de falha prematura do kit, principalmente. Há, pelo menos, 11 elementos do sistema que também sofrem desgaste durante o trabalho da embreagem.
1 - Vedação lado do volante formada por retentores e/ou mancais (rolamentos), estão sujeitos a movimentos rotacionais e que geram atrito, portanto, desgaste natural. Independentemente do material que são confeccionados. Vazamentos de óleo nessa região centrifugam e vão parar na superfície do revestimento do lado do volante. A contaminação por óleo gera patinação.
2 - Vedação lado do câmbio > formada por retentores e/ou mancais (rolamentos), idem a vedação lado do volante, só ressaltando que o vazamento é do óleo do câmbio que desce pela mola membrana indo parar no revestimento lado do câmbio, além de contaminar o pacote torcional que pode também ocasionar dificuldade de engate e ruídos pela histerese que a camada de óleo pode oferecer ao trabalho das molas e de liberação do disco.
3 - Qualquer irregularidade no eixo piloto, seja um desgaste, sinais batidas, estrias danificadas ou folgas, podem oferecer resistência ao deslocamento do disco e ainda desalinhamentos que podem danificar o pacote torcional.
4 - Normalmente, os parafusos não são passantes. A ausência ou falso aperto dos parafusos podem permitir o deslocamento do volante, e a centrifugação (quebra). As vibrações também podem ser transferidas para o platô e para o disco, causando ruídos e quebras dos componentes.
5 - A superfície de atrito do volante precisa estar limpa, livre de irregularidades e deformações para que o acoplamento do disco se dê de forma homogênea e estável. Por isso, é imprescindível fazer uma usinagem ou um “faceamento” na superfície para deixá-la lisa e plana.
6 - A fixação e o alinhamento da caixa seca garantem o posicionamento entre motor e câmbio. È muito difícil diagnosticar desalinhamentos, mas, garantindo que os parafusos, buchas, guias, ausência de trincas, etc, foram verificados, já é uma grande ferramenta para evitar quebras de disco ou da placa de pressão ou até mesmo uma ruptura da caixa seca com consequências muito perigosas ao condutor.
7 - Os pinos guia garantem o alinhamento e a posição correta do platô no volante antes do aperto. O desgaste ou danos nos pinos podem causar “remontagem” com consequências de trepidação e dificuldade de engate. A furação de fixação não é passante, sendo que o aperto incorreto pode deixar o platô solto e com risco de centrifugação (quebra com soltura). É extremamente importante considerar os parafusos corretos – tamanho, especificação e quantidade.
8 - O rolamento corre sobre o tubo guia. Desgastes irregulares nas superfícies podem comprometer o deslocamento do rolamento e causar pedal duro ou dificuldade de engate.
9 - Vazamentos nos retentores da caixa de câmbio vão parar na superfície do disco ou ficam impregnados na pista do rolamento. Além de diminuir o coeficiente de atrito nas superfícies do revestimento, o óleo absorve a sujeira e a poeira, formando uma pasta que pode danificar o rolamento, as estrias do cubo e do eixo piloto e também o próprio tubo guia.
10 - O garfo e seus componentes também sofrem desgaste. O desgaste excessivo pode comprometer o acionamento e ainda danificar o rolamento.
11 - Todo sistema de acionamento sofre desgaste. O cabo endurece, os atuadores e fluidos podem sofrer contaminação por resíduos ou água, as hastes e fixações podem ter trincas, fissuras ou empenamentos. Sendo assim, é importante analisar a condição de acionamento, para garantir a troca de marchas.
Clique aqui e entre em contato com o time de Tech Care da Valeo para mais informações e suporte técnico.